
Com o objetivo de combater a violência de gênero, a Assembleia Legislativa entrou na Campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher. Organizada pela Comissão dos Direitos da Mulher, a Bancada Feminina da Casa e a Assembleia de Carinho, o início da campanha aconteceu no restaurante da Casa com um grande debate e um café da manhã oferecido para mulheres da ALBA, lideranças políticas, secretárias de Estado, representantes do Judiciário e de movimentos sociais.
A líder da Bancada Feminina da ALBA, deputada Neusa Cadore (PT), destacou que a campanha serve para denunciar "os inúmeros retrocessos sociais que se agravam desde o golpe na democracia que retirou do poder a primeira mulher presidenta do Brasil. Isso resultou no crescimento de uma onda conservadora, sexista e machista que reforça a desigualdade de gênero e ataca direitos conquistados com muita luta pelas mulheres”, destacou a deputada.
Ângelo Coronel (PSD), presidente da Casa, se mostrou indignado com o avanço da PEC 181 na Câmara Federal. O projeto prevê a proibição do aborto quando uma mulher for estuprada. “Não há nada mais violento do que o avanço deste projeto. Imagina uma mulher ser obrigada a cuidar de uma criança fruto de uma relação sexual forçada?”, disse o deputado, que prometeu lutar para extinguir o projeto.
Entre os olhares atentos de muitas mulheres no evento, números alarmantes sobre o tema foram ditos pelas deputadas: a cada 7,2 segundos uma mulher é vítima de violência física no Brasil; na Bahia, no primeiro semestre deste ano foram registrados mais de 23 mil casos de violência contra a mulher e mais de 120 vítimas fatais.
No meio de tantos olhares atentos e preocupados, estava os de Eliene das Neves dos Santos, de Camaçari, que foi vítima de violência praticada pelo ex-marido, que queria voltar para a sua antiga companheira. Com a negativa de Eliene, o homem desferiu três tiros na cabeça, e hoje, Liu, como é conhecida, se recupera das lesões físicas e emocionais da violência sofrida.
Luiza Maia (PT), presidente da Comissão de Direitos da Mulher, diz que é alarmante o que aconteceu com Eliene e continua acontecendo com mais tantas outras mulheres. “O quadro de violência contra a mulher requer uma atenção mais que especial do Poder Legislativo”, disse. Para Eleusa Coronel, presidente da Assembleia de Carinho, as mulheres unidas têm o poder de transformação enorme e devem se valer disso para garantir direitos e conquistar mais espaço.
Participaram do evento: o deputado Marcelino Galo (PT); a deputada Maria del Carmen (PT); a secretária de política para as mulheres do Estado da Bahia, Julieta Palmeira; secretária de promoção da igualdade racial, Fabya Reis; procurador-geral de Justiça da Bahia, Ediene Louzada; Ariene Gois Couto, esposa do deputado Samuel Júnior; e muitas representantes de movimentos sociais e da Delegacia de Atendimento à Mulher.
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