Presidente da Alba salienta atualidade do sociólogo, ‘que seria essencial para ajudar a
entender as mudanças e crises que afetam o Brasil’.
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Nelson Leal (PP),
destacou o centenário de nascimento do sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995),
celebrado hoje, em moção de aplausos apresentada à Mesa Diretora da Casa, na manhã
desta quarta-feira (22), via online.
Para o chefe da Alba, o vasto conhecimento acumulado pelo pai da sociologia crítica no país
sobre a formação da sociedade brasileira, o tornaria, hoje, fundamental para nos ajudar a
compreender melhor as origens das crises em que o país se encontra.
“Florestan Fernandes foi um dos maiores cientistas sociais da história brasileira. Estudou
como ninguém a formação de nossa sociedade, e deixou um legado de saberes
extraordinário, em mais de 50 livros publicados. Vivo estivesse, teria muito a contribuir com o
Brasil atual, ante essa crise que estamos mergulhados”, escreveu, o presidente do Legislativo
baiano.
O parlamentar entende que o conceito de sociologia de Florestan Fernandes e seu
engajamento político com as lutas das camadas populares, o levaram a conhecer tanto a
natureza do pensamento social no país. “Desde as suas origens, a sociologia se constitui
como uma técnica de consciência social, orientada para a percepção e a explicação crítica do
presente”, defendia, o sociólogo.
A batalha incansável de Florestan Fernandes por uma educação pública, gratuita, laica, de
qualidade e inclusiva no Brasil, no âmbito de sua luta política e partidária, também foi
ressaltada pelo chefe da Alba.
PEC do FUNDEB
“Como deputado Constituinte, Florestan deu enorme contribuição à Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Brasileira (LDB). Se ele tivesse nesse momento uma cadeira no Congresso
Nacional, certamente estaria na luta pela PEC do Fundeb – Fundo de Desenvolvimento da
Educação Básica -, aprovada ontem pela Câmara dos Deputados, em primeiro turno, e de
grande relevância à educação básica pública no país, bem como aos cofres das pequenas e
médias Prefeituras”, comentou, Leal.
O presidente da Alba elogiou também os estudos do sociólogo acerca dos Índios Tupinambá,
do negro e das populações da base da pirâmide, eternizados em sua extensa obra, citando
clássicos como Organização Social dos Tupinambá (1949), Mudanças Sociais no Brasil
(1960), A Revolução Burguesa no Brasil (1975) e A Integração do Negro na Sociedade de
Classes (1978).
A origem pobre de Florestan Fernandes, criado em cortiços da cidade de São Paulo, a
cassação de seus direitos civis e constitucionais e as duas prisões, pelo Ato Institucional nº 5,
(dezembro de 1968), da mesma forma que o exílio nos Estados Unidos, lecionando nas
universidades de Harvard, Columbia e Yale, e em Toronto, no Canadá, bem como os prêmios
recebidos, também foram pontuados pelo parlamentar na peça legislativa.
O grande intelectual Florestan Fernandes, que promoveu uma transformação no pensamento
social brasileiro, foi agraciado, em vida, com o Prêmio Jabuti, pelo livro Corpo e Alma do
Brasil (1964). E, postumamente, com o Prêmio Anísio Teixeira (1996).
Depois do mandato Constituinte (1986), Florestan Fernandes foi reeleito, ainda pelo Partido
dos Trabalhadores (PT), para a legislatura 1990-1994. Faleceu em 1995, aos 75 anos, no dia
10 de agosto, também em São Paulo, após complicações com um transplante de fígado.
“Florestan Fernandes foi um homem que esteve à frente de seu tempo. Prestou relevantes
serviços às ciências sociais, à Constituição Federal de 1988 e à atividade política no país,
deixando um legado fabuloso. Por isso, merece todo o nosso reconhecimento e aplausos”,
encerrou, Nelson Leal.
22.07.2020
Ascom – Alba
Gabinete da Presidência
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