O índice de Intenção de Consumo das Famílias indicou a terceira alta seguida
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado nesta segunda-feira (01) pelo Fecomércio-BA, indicou a terceira alta seguida, registrando 87,1 pontos no mês de julho, avanço de 2,1% ante junho e 15,6% acima em relação ao contraponto anual.
Segundo dados do Fecomércio, quando o ICF registra um valor entre 0 e 100 pontos “é considerado um nível de insatisfação com as condições econômicas”. Já entre 100 a 200 pontos a avaliação de satisfação. “Quanto mais próximo dos extremos, 0 e 200, mais o sentimento é pessimista/otimista”, indicou o Fecomércio.
Segundo a pesquisa, o que tem mais contribuído para o aumento do indicador é a melhora no sentimento do emprego, tanto na atual situação, quanto para um olhar para o futuro próximo.
“O item Emprego Atual, por exemplo, cresceu 2,8% ao passar de 110,9 pontos em junho para os 114 pontos de julho. São 36% das famílias que dizem estar mais seguras no trabalho atual em relação ao mesmo período do ano passado. E há um ano, o percentual de respostas positivas era de 25,1%”, declarou o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
Ainda de acordo com o levantamento, se o mercado de trabalho está mais aquecido, naturalmente as avaliações para os meses seguintes tendem a melhorar. É isso o que foi visto no item Perspectiva Profissional que registrou alta mensal de 3,6% e se posiciona em 118,5 pontos. “Em termos percentual de respostas, 54,9% das famílias dizem que deve haver uma melhoria profissional para o responsável do domicílio nos próximos 6 meses. Em julho do ano passado, o percentual foi de 33,6%”, disse Dietze.
Outro item que registrou alta no mês foi do item Acesso a Crédito, de 3,6% e indo aos 85 pontos. Ante julho do ano passado, teve uma retração de 10%. A oferta de crédito está mais seleta do que há um ano, mas recentemente, dada o esfriamento de alguns setores varejistas, tem-se estimulado a compra através dos carnês.
No entanto, o item Momento para Duráveis indicou que, por mais que exista uma relativa facilitação, a maioria das famílias de Salvador considera um mau momento para compras de bens como geladeira, fogão, televisor e etc. O caiu 3,8% e volta aos 39,9 pontos. Em termos percentuais, são 77,4% de respostas negativas.
“Mas é compreensível que as famílias estejam focando seus gastos nos bens essenciais, sobretudo em alimentos, dado o processo inflacionário. Até porque, mesmo com mais gente empregada, a renda não tem evoluído da mesma forma, pois os preços mais altos estão corroendo esse ganho. Tanto que o item Renda Atual apresentou ligeira alta de 0,9% e se situa nos 95,9 pontos. De qualquer forma, o atual patamar é 5,9% superior ao visto no mesmo período do ano passado”, disse Dietze.
Ou seja, com a renda tendo leve alta e o foco em consumo específico, o item Nível de Consumo Atual mostrou que o espaço para aumento dos gastos também caiu. No mês passado, o item desvalorizou 2,4% e retornou aos 61,5 pontos e ainda está 2,5% abaixo do nível do mesmo mês de 2021.
Porém, a expectativa de melhor está chegando com o item Perspectiva de Consumo que cresceu 4,7% ao passar de 90,7 pontos em junho para os atuais 95,1 pontos. Há um ano, o nível estava em 74,8 pontos, ou seja, avanço de 27%.
Sobre a análise por faixa de renda, o ICF subiu mais para o grupo de famílias com renda inferior a 10 salários-mínimos, de 2,1% contra 1,3% dos que ganham acima desse valor.
“O índice do primeiro grupo está num patamar inferior, de 85,1 pontos, enquanto para a faixa mais rica, o ICF foi de 109,1 pontos. Enquanto para os que ganham menos o indicador cresceu 19,2% em um ano, para os que recebem mais o índice recuou 7%”, explicou o Fecomércio.
Fonte: bahia.ba
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