'Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo",afirmaram Jorge Paulo Lemann, Marcelo Telles e Carlos Alberto Sicupira

Os três executivos principais da 3G Capital – e sócios referências da Americanas – quebraram o silêncio sobre a crise na varejista e, em nota, negaram que tinham conhecimento da manobra contábil que gerou um rombo de R$ 20 bilhões no grupo “nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal”, afirmam, no pronunciamento, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. O trio – junto com o co- fundador do facebook Eduardo Saverin e donos do Banco Safra – integram o círculo dos cinco mais ricos do Brasil.
De acordo com os sócios da 3G, ” a Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada”. Lemann, Telles e Sicupira destacam ainda que a varejista era auditada pela PwC, um dos quatro maiores conglomerados de contabilidade do mundo, batizados de big four (quatro grandes).
“Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade”, ressaltam os empresários.
A derrocada da Americanas começou no dia 11 deste mês, quando o então CEO Sérgio Rial renunciou ao cargo com 10 dias no posto. Em paralelo, a empresa divulgou em fato relevante a descoberta de R$ 20 bilhões em dívidas com fornecedores não registrada corretamente no balanço contábil.
Na carta divulgada durante o final de semana, Lemann, Telles e Sicupira destacam que “como acionistas, fomos alcançados por prejuízos” e reiteraram a intenção de buscar a reestruturação da varejista, que entrou em recuperação judicial na quinta-feira (19). “O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras”.
Fonte: bahia.ba
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