Pesquisa revelou que 16,0% dos domicílios não têm água encanada e 40,5% não têm coleta de esgoto

O percentual de domicílios brasileiros com acesso à coleta de lixo por serviços de limpeza e com conexão à rede geral de esgotamento sanitário cresceu entre 2016 e 2022. A constatação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua 2022), divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na Bahia, entre 2016 e 2022, série histórica disponível na PNADC, a coleta de lixo, fosse direta (feita por veículo) ou indireta (por meio de caçambas do serviço de limpeza), foi o único serviço de saneamento básico que avançou de forma mais significativa. No ano passado, 84,8% dos domicílios no estado eram atendidos com coleta de lixo, proporção que ficava em 80,7% em 2016 e 84,3% em 2019, no pré-pandemia.
Apesar do avanço, a cobertura domiciliar da coleta de lixo era o indicador de saneamento básico em que a Bahia estava mais mal posicionada no ranking do estados, com a 21a proporção de residências atendidas (ou 7a menor entre as 27 unidades da Federação).
Água
No ano passado, 84,0% dos domicílios na Bahia eram abastecidos por rede geral de água, o que significa que 16,0% (cerca de 771 mil) não tinham acesso à água tratada e encanada. Seis anos antes, em 2016, a cobertura do serviço chegava a 85,3% dos domicílios e, em 2019, antes da pandemia, era de 85,2% – o que mostra uma tendência de baixa no atendimento.
Assim como ocorria no Brasil como um todo, na Bahia o percentual de atendimento da rede de água caía significativamente nas áreas rurais, chegando apenas a pouco mais da metade dos domicílios (51,3%), frente a 96,0% nas áreas urbanas.
Além disso, 1 em cada 4 domicílios abastecidos pela rede de água na Bahia (25,2%) não tinha o serviço disponível diariamente, o que significava 1,503 milhão de residências com algum grau de intermitência no abastecimento – 7o maior percentual entre as 27 unidades da Federação.
Esgoto
A coleta do esgoto por rede geral ou fossa séptica ligada à rede geral continuava, em 2022, a ser o serviço de saneamento com menor cobertura na Bahia, chegando a 59,5% dos domicílios que tinham banheiro, sanitário ou buraco para dejeções. Assim, 40,5% das residências baianas que tinham algum tipo de banheiro (1,952 milhão) não eram atendidas pela rede de esgoto.
Em 2016, o percentual de atendimento era de 58,5%; em 2019, de 57,5% – o que mostra uma certa tendência de alta, mas tão discreta que pode ser considerada uma estabilidade estatística.
Esse aumento de cobertura foi verificado principalmente nas áreas urbanas, onde a rede de esgoto chegava a 77,2% dos domicílios, em 2022, frente a menos de 10,0% das residências na área rural do estado (9,0%).
Ainda assim, a Bahia tinha, em 2022, dentre os estados, a 11ª maior proporção de domicílios com banheiro e esgoto coletado por rede.
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